A HISTÓRIA DOS RELÓGIOS TISSOT MARTINI RACING
INTRODUÇÃO
A relação entre relojoaria suíça e automobilismo sempre produziu algumas das colaborações mais icônicas do século XX. Entre elas, uma das mais intrigantes — e relativamente pouco documentadas — é a parceria entre a Tissot e a lendária Martini Racing. Este texto aprofunda a história dessa collab, explora seu contexto esportivo e cultural, e revela por que essa série permanece tão desejada entre colecionadores.
1. CONTEXTO — QUEM É A TISSOT
Fundada em 1853 em Le Locle, Suíça, a Tissot nasceu como uma manufatura comprometida com inovação e precisão. Entre suas contribuições históricas:
- primeiro relógio de bolso produzido em massa;
- primeiro relógio com dois fusos horários;
- primeiros antimagnéticos do mercado.
Ao longo do século XX, a marca expandiu suas operações para patrocínios esportivos — incluindo basquete, ciclismo, esgrima e posteriormente automobilismo — reforçando seu posicionamento como fabricante de instrumentos de precisão.
2. A LENDA MARTINI RACING
Criada oficialmente em 1968 pela Martini & Rossi, a Martini Racing rapidamente se tornou um ícone no automobilismo mundial. Seu visual — as famosas “Martini stripes” em azul e vermelho — se tornou uma das assinaturas visuais mais reconhecíveis da história das corridas.
A equipe patrocinou:
- corridas de endurance, como Le Mans;
- Fórmula 1;
- campeonatos de rally;
- protótipos lendários como Porsche 917, Lancia Delta Integrale e Brabham BT44.
Martini Racing sempre representou velocidade, estilo e um certo ar de rebeldia elegante — o que chamava naturalmente a atenção de marcas de lifestyle e relojoaria.
3. O INÍCIO DA COLLABORATION — TISSOT × MARTINI RACING
A parceria oficialmente documentada entre Tissot e Martini Racing começa em **1987**, quando a Tissot lança um cronógrafo quartz com design esportivo e funções voltadas para cronometragem de eventos automotivos, incluindo:
- precisão de 1/10 de segundo;
- função “intermediate time” (tempo intermediário), útil para voltas em pista;
- estética inspirada no automobilismo da época.
Esses relógios traziam forte identidade visual: mostradores marcantes, pulseiras esportivas e referências cromáticas que remetiam diretamente ao universo Martini Racing. Não eram mera homenagem — eram produtos oficiais, integrados ao lifestyle da equipe nas décadas de 80 e 90.
4. CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS TISSOT MARTINI RACING
Os modelos variam, mas entre características típicas destacam-se:
- caixas robustas estilo racing;
- escalas taquimétricas;
- mostradores multicoloridos com listras inspiradas na Martini;
- ponteiros contrastantes para melhor leitura em alta velocidade;
- pulseiras de borracha ou aço com acabamento esportivo.
A combinação desses elementos criou relógios que não eram apenas instrumentos, mas **símbolos** de uma era glamourosa do automobilismo.
5. IMPORTÂNCIA HISTÓRICA E SIMBÓLICA
Essa collab permanece relevante por motivos profundos:
• **União natural entre precisão e velocidade**
A Tissot já era reconhecida por instrumentos esportivos; unir-se à Martini — sinônimo de performance automotiva — reforçou ambas as marcas.
• **Peças com DNA cultural**
São relógios que carregam a estética automobilística dos anos 80/90, período que muitos consideram o ápice do automobilismo visceral: motores mais agressivos, menos eletrônica e pilotos lendários.
• **Valor para colecionadores**
Modelos da série Martini Racing são relativamente raros no mercado atual, especialmente em bom estado e com caixa/papéis. A demanda cresce conforme os entusiastas resgatam essa fase histórica da Tissot.
6. POR QUE A HISTÓRIA AINDA ENCANTA HOJE
• representa um capítulo autêntico onde relojoaria e automobilismo se encontram sem artifícios;
• possui forte apelo vintage e estética “racing retro”;
• conecta emoção, estilo de vida e narrativa — algo que vai além da simples função de marcar o tempo.
CONCLUSÃO
Os relógios Tissot Martini Racing não são apenas acessórios, mas uma cápsula de tempo que transporta o colecionador para uma era vibrante das corridas. Misturam precisão suíça e emoção automobilística, formando uma das colaborações mais interessantes (e subestimadas) da história da relojoaria esportiva.
